A História de Luíza
Meu nome verdadeiro é XXX
porém, aqui quero ser
conhecida como Luiza. Tenho 38 anos de idade e hoje estou divorciada. Moro
hoje em Belo Horizonte e já morei antes em várias outras cidades.
Meus pais eram separados e por isso sempre vivi com minha mãe , meus três
irmãos e um tio irmão de minha mãe. Somos Testemunhas de Jeová menos meu
tio.
Quando era criança , tinha dos 8
aos 10 anos de idade sofri muito abuso sexual por parte de colegas de meus irmãos
e muitas outras coisas por causa do meu tio.
Minha mãe nunca soube de nada. Ela ficava cuidando muito dos meus irmãos
o dia todo apesar de serem mais velhos do que eu e não percebia que os colegas
de meus irmãos me olhavam e pareciam me desejar muito. Ela ficava tomando conta
de todos nós enquanto lia a revista A Sentinela, só que ela não percebia que
os colegas de meu irmão queriam
abusar de mim assim como meu tio.
Um colega dos meus irmãos, jovem também criado dentro do Salão do Reino desde
que tinha nascido um dia tentou abusar sexualmente de mim
. Eu gritei alto e meu irmão mais velho veio ver o que era. Meu irmão
ficou com raiva e contou para nossa mãe que não quis acreditar. Ele então falou com o pai deste rapaz que era o ancião da
congregação. Um outro ancião então disse
que seria nossa palavra contra a desde outro “irmão” e que não podíamos
acusar assim os outros ainda mais que éramos da mesma congregação.
Bom isso durou anos, essas
tentativas de abuso sexual que só
não se concretizavam por causado meu irmão que tomava conta de mim mas não
falamos nada com meus outros irmãos. Os anos passaram, eu cresci, namorei e
casei com um Servo Ministerial mas sempre ficava apreensiva e deprimida quando
as lembranças vinham na minha mente e o pior, tinha que ficar calada até para
meu marido.
Quis escrever este relato porque
muitas mães embora tenham a preocupação em
zelar pelas filhas, confiam demais nos outros. Pode até não ser um
estranho, uma pessoa confiável, de uma religião onde tudo isto deveria ser
proibido mas as mães por confiarem demais nos membros da
seita, não enxergam que eles também são homens e também sentem
desejos errados.
É um alerta para as mães não confiarem demais pois ninguém é santo.. Eu tive a sorte de não ter sido estuprada (e claro contei com a ajuda de um dos meus irmãos) mas sei que muitas não tem. Acautelem-se, cuidem melhor de seus filhos e filhas.
Luiza